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Essa segunda parte do artigo que faz parte de um estudo dos riscos e benefícios do uso de óleos essenciais ao qual para entende-lo por completo é necessário ler a primeira parte, clique aqui para ler agora.
Biodisponibilidade
Seja na administração de nutrientes, produtos nutracêuticos e farmacêuticos, seja na exposição a toxinas, patógenos e poluentes, um importante fator a ser considerado é a biodisponibilidade, amplamente definida como a proporção de uma substância que é absorvida e distribuída.
A biodisponibilidade de uma substância varia muito dependendo da via de administração, das propriedades psicoquímicas dessa substância e da fisiologia do usuário.
A biodisponibilidade das substâncias injetadas é de 100%, mas a de substâncias inaladas e aplicadas topicamente varia entre 0% e 100%, oscilando substancialmente para substâncias ingeridas, como veremos a seguir.
A barreira hematoencefálica
O cérebro recebe uma proteção extra da barreira hematoencefálica, que é uma barreira semipermeável e altamente seletiva que separa o sangue em circulação do cérebro e do fluido extracelular do sistema nervoso central, impedindo que substâncias da circulação sistêmica fluam livremente pelo cérebro e fluido cerebrospinal.
A barreira hematoencefálica bloqueia bactérias e moléculas maiores ou hidrofílicas. Os óleos essenciais, que são feitos de moléculas lipofílicas, podem cruzar a barreira hematoencefálica. Óleos essenciais contendo tuiona são neuróticos e potencialmente perigosos, em especial para pessoas sujeitas a convulsões.
Vias de administração de substâncias
As principais vias de administração de substâncias, medicamentos, alimentos e outros são:
- Via respiratória (cavidade nasal e pulmões)
- Via membranosa (mucosas)
- Via transdérmica (tópica)
- Via oral (sistema digestivo)
- Via injetável
Via respiratória
O sistema respiratório inclui a cavidade nasal, a traqueia e os pulmões. A cavidade nasal abriga o sistema olfativo e a mucosa olfativa. A absorção das substâncias pode acontecer pela mucosa olfativa ou pelos pulmões. O sistema olfativo não é um canal de absorção.
A cavidade nasal
A via olfativa é um sistema sensorial. Ela transmite estímulos, não substâncias, por isso, não é uma via de administração em si. Contudo, como veremos a seguir, algumas substâncias, como as psicoativas, podem ser diretamente absorvidas pelo cérebro através da transferência olfativa.
Localizada na região superior da cavidade nasal, a mucosa olfativa consiste no epitélio olfativo coberto por uma fina camada de tecido conectivo, a lâmina própria.
O epitélio olfativo abriga os neurônios bipolares do receptor olfativo e as células-base, que são células-tronco que regeneram continuamente esses neurônios e as células de apoio.

Figura acima – Via respiratória.
A via respiratória é a mais rápida via de distribuição para a circulação sistêmica e sistema nervoso central, tendo uma disponibilidade de quase 100%.
Via olfativa
Moléculas de odor como moléculas aromáticas estimulam os neurônios do receptor olfativo. Até a menor das quantidades de uma substância odorífera pode provocar um estímulo olfativo. Esses estímulos são enviados aos bulbos olfativos e, de lá, para o tálamo e para as amígdalas, que são parte do sistema límbico.
O sistema límbico está envolvido na percepção das emoções, o que pode explicar por que os cheiros podem gerar emoções tão fortes. Os efeitos do estímulo olfativo são, em sua maioria, subconscientes e só podem se tornar conscientes quando somos expostos a novos estímulos.
A via olfativa é o canal ideal para se alcançar efeitos emocionais e espirituais.
Os bulbos olfativos são como uma extensão do cérebro, sendo também a única parte dele que está diretamente exposta ao ambiente externo através do epitélio olfativo e da mucosa.
A mucosa olfativa é a única parte do corpo em que os neurônios estão diretamente expostos ao ambiente externo.

Figura acima – Via olfativa
A via olfativa é o canal ideal para se alcançar efeitos emocionais e espirituais.
Via membranosa
A administração por via mucosa inclui as absorções nasal, sublingual, vaginal e anal.
A absorção nasal é notavelmente mais lenta que a inalação, mas ainda é muito poderosa e de rápida ação. A absorção sublingual é outra via rápida para chegar à corrente sanguínea, sendo semelhante à absorção nasal em termos de eficiência.
A absorção membranosa é um método de administração relativamente rápido e de alta disponibilidade, mas o seu uso se limita a membranas mucosas de alta sensibilidade e muitas substâncias podem causar irritação, como é o caso dos óleos essenciais fenólicos como o tomilho, o orégano e o cravo-da-índia.
Via transdérmica
A pele é a nossa barreira mais estreita e não permite que muitas substâncias penetrem o estrato córneo, que é a camada mais externa da epiderme, feita de células mortas e primariamente composta por ceramidas, colesterol e ácidos graxos.
Assim, substâncias lipofílicas como óleos essenciais conseguem atravessar o estrato córneo e alcançar a derme, a hipoderme e os tecidos adjacentes, entrando na corrente sanguínea através da circulação linfática e dos capilares.
A exposição repetitiva da pele a substâncias irritantes pode causar dermatite ou outros danos à sua capacidade de agir como uma barreira. Os patógenos podem ser absorvidos através de feridas, lesões ou picadas de mosquitos.
A administração por via transdérmica é feita através de uma ampla variedade de produtos, incluindo óleos, cremes, espumas, géis, loções, unguentos e adesivos cutâneos.
A via transdérmica é ideal para efeitos locais e no cuidado da pele. Os óleos essenciais são compostos de pequenas moléculas altamente lipossolúveis, o que lhes permite penetrar rapidamente a derme e epiderme.
As substâncias que podem ser absorvidas por via transdérmica oferecem um nível altíssimo de biodisponibilidade.
A administração transdérmica permite o desenvolvimento de tratamentos muito diretos e precisos, sem a perda de nenhum dos níveis de efeito como físico, energético, emocional e espiritual. Ela também permite uma abordagem precisa de órgãos e funções específicas.

Figura acima – Via trasndérmica
Tempo de absorção: 15 a 20 minutos. Biodisponibilidade: alta.
Via oral
O sistema digestivo consiste no trato digestivo e em órgãos acessórios (os dentes, a língua, as glândulas salivares, o fígado, a vesícula biliar e o pâncreas).
O trato digestivo é um tubo contínuo com duas aberturas: a boca e o reto.
Tecnicamente, as substâncias que passam pala cavidade interna do trato digestivo só entram no corpo de fato quando são absorvidas por suas paredes. A partir do trato digestivo, elas podem ir para o fígado ou para o sistema linfático, entrando mais tarde na corrente sanguínea.
Substâncias absorvidas pelo sistema digestivo levam um tempo relativamente longo para chegar à corrente sanguínea, uma vez que são parcialmente metabolizadas pelo sistema digestivo e pelo fígado num processo gradual.
Embora a biodisponibilidade dos macronutrientes (carboidratos, gorduras, proteínas) seja geralmente alta, superando 90%, a dos micronutrientes (vitaminas e minerais, bem como os bioativos fitoquímicos) podem variar grandemente. A biodisponibilidade das substâncias lipofílicas como os óleos essenciais pode melhorar muito com o uso de carreadores lipídicos, como óleos e outras gorduras.
A via oral é um método mais lento, dispendioso, ineficiente e potencialmente perigoso de usar óleos essenciais. Ela também gera a perda de todos os efeitos sutis ligados ao olfato. Contudo, é a melhor forma de se abordar qualquer condição relacionada ao sistema digestivo e pode tratar poderosamente certas condições como doenças infecciosas.
O uso interno de óleos essenciais é controverso, em grande parte por questões de regulamentação. Ele é temido por muitos profissionais e as alegações terapêuticas relacionadas a ele também podem fazer com que os óleos essenciais sejam classificados como medicamentos, o que geraria consequências potencialmente catastróficas para a indústria da aromaterapia.
Embora muitos profissionais alertem sobre os potenciais perigos do uso interno, as fatalidades que podem ser atribuídas aos óleos essenciais nos últimos 50 anos provavelmente ainda podem ser contadas nos dedos das mãos.

Figura acima – Via oral
Tempo de absorção: 30 a 90 minutos. Biodisponibilidade: 20 -60%.
Via injetável
A injeção, seja intravenosa, intramuscular, subcutânea ou intradérmica, é a mais comum das vias invasivas de administração de substâncias. A biodisponibilidade das substâncias injetadas é de 100% e o tempo de ação é de 15 a 30 segundos para as injeções intravenosas, de 10 a 20 minutos para injeções intramusculares e de 15 a 30 minutos para as subcutâneas.
As injeções não se aplicam aos óleos essenciais.
Conclusão
Chegamos ao final de nosso estudo, onde foi feito uma pesquisa detalhada sobre as várias vias de utilização dos óleos essenciais, todo conteúdo foi baseado em livros e estudos científicos aos quais fazem parte essas informações.
Esperamos que esse material ajude a incontáveis número de pessoas na prática da melhor forma de utilização, contudo ressaltamos que os estudos e pesquisas estão em constantes transformações e descobertas o que ao longo dos tempos iremos aperfeiçoando e melhorando nossas práticas.
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Tabela de resumo – vias de administração dos óleos essenciais

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